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Sou jovem, posso ser voluntário
O trabalho voluntário é uma via de mão dupla, pois leva dignidade, autoestima e bens materiais à comunidade atendida. O retorno é a transformação interior, a ampliação da experiência e o prazer de ser útil.
A atitude solidária humaniza não apenas os beneficiados, como também os que estendem a mão.
Sim, surpreendente e encantadora é a alegria com que os voluntários praticam e relatam suas atividades. São pessoas que compartilham uma energia positiva muito forte. Enfim, praticar o bem é uma terapia gratificante. É a voluntarioterapia.
Os alunos da nossa escola dedicaram algumas tardes a diversas atividades no Asilo São Vicente de Curitiba. Pintaram o muro ou nele plantaram heras e interagiram com as 150 idosas através da música, pintura, representações, aparo de unhas e cabelos, doações de alimentos e remédios, etc. Aos professores coube a tarefa de contextualizar as ações realizadas através de trabalhos escolares em Matemática, Biologia, Química e História.
Desta rica experiência, colhemos alguns depoimentos dos jovens participantes:
• “Saí da zona de conforto e arregacei as mangas. Estou cansada, mas feliz”.
• “Combate a tristeza e amplia a rede de amigos e amigos generosos”.
• “Aprendi a ser mais humano e mais humilde”.
• “Quando estou praticando o voluntariado, esqueço os meus problemas, até porque os meus problemas são pequenos dentro da realidade que estou vivenciando”.
• “Levanta o ânimo e afasta os pensamentos ruins”.
Via de regra, o jovem é generoso, mas lhe falta iniciativa e uma maior consciência social. Numa pesquisa que realizamos com 1 900 alunos de três escolas de Curitiba, constatamos que apenas 8% dos jovens participam de ações comunitárias. No entanto, 71% gostariam de participar, mas não sabem como. Assim, estamos muito aquém dos países da Europa e América do Norte, onde a inserção dos jovens em projetos comunitários é relevante: de 40% a 62%.
É imprescindível que o jovem se incorpore às práticas e à cultura de solidariedade de sua família, sua escola ou sua igreja. Se ele não se identifica com essas atividades, temos um espectro imenso de opções, pois há no Brasil 250 000 entidades voltadas ao desenvolvimento socioambiental. O terceiro setor já movimenta 1,2% do PIB brasileiro.
Além de tudo, muitas empresas entendem que um candidato que faz trabalho voluntário é colaborativo, mantém bons relacionamentos, sabe se doar, desenvolve mais rapidamente a liderança e não se apequena ante às vicissitudes.
Mesmo fazendo pouco, o trabalho comunitário enobrece. Belas e oportunas são as palavras do ícone maior do voluntariado – Madre Tereza de Calcutá: “Minhas ações podem ser pequenas, gotas no oceano. Mas sem essas gotas, o oceano seria menor.”
É preciso ser pró-ativo, como o fabulativo beija-flor em contraponto ao egocêntrico elefante: era verão e o fogo crepitava feroz na floresta. O obeso elefante fugiu para o grande rio que permeava a floresta e os outros animais se puseram a debelar o incêndio. O beija-flor apanhava uma minúscula porção de água e a arremessava sobre as chamas, enquanto o elefante, com sua tromba avantajada, refestelava-se na segurança do rio. O elefante, ao observar o colaborativo beija-flor em suas idas e vindas, pergunta:
– Meu pequeno pássaro, que fazes? Não vês que de nada serve a tua ajuda?
– Sim, responde o beija-flor, mas o importante para mim é que estou fazendo a minha parte!
Alguns bons sites merecem a sua visita:
www.acaovoluntaria.org.br;
www.portaldovoluntario.org.br;
www.filantropia.org.br;
www.voluntarios.com.br;
www.amigosdaescola.com.br;
www.rits.org.br;
www.amocuritiba.org.br."
Jacir J. Venturi, Vice-Presidente do Sinepe/PR, instituição parceira do Instituto GRPCOM.